As jornalistas Débora Sousa e Eliane
Simões reuniram nove jovens de Petrolina e quatro idosos de Juazeiro, que
estudam na Universidade Aberta a Terceira Idade, para retratar 40 pontos
históricos da cidade. O resultado foi a exposição Educomunicando com Olhar, desenvolvido
como projeto de conclusão do curso de Jornalismo em Multimeios, da UNEB.
Segundo Débora Sousa, o celular é uma
ferramenta acessível e que pode ser usada no ambiente escolar para educar o
olhar para questões sobre o cotidiano. Ela conta que experimentou o uso do aparelho celular com alunos da Escola Estadual Professor Simão Amorim, em Petrolina. "Vimos
que a turma possuía aparelhos de celular e a gente pensou: por quê não trabalhar
com uma ferramenta que eles já possuem? Fizemos o projeto, a escola aprovou e
começamos a ministrar as oficinas. Fizemos uma saída fotográfica e eles
decidiram que gostariam de retratar idosos", afirma.
Idosos e jovens na praça 21 de Setembro, Petrolina. Foto Débora Souza |
Débora
relata que muitos idosos tinham desejo de aprender a usar o celular para
registrar as suas experiências, mas não tinham quem os ensinasse. Juntos, jovens e idosos, resolveram apostar na experiência de registrar imagens do cotidiano. O projeto para a exposição permitiu que
muitos idosos compartilhassem histórias vividas naqueles locais.
Exposição Travessia
A fotografa Lizandra Martins também
utilizou o celular para registrar as idas e vindas de passageiros da barquinha
de Petrolina a Juazeiro. Lizandra fazia a travessia diariamente durante o
trajeto de sua residência para a Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e
passou a fotografar todos os dias o que lhe chamava a atenção nesse percurso. O
resultado foi a exposição Travessias, aberta ao público até 1 de julho no
SESC, em Petrolina.
Foto: Lizandra Martins |
Para a fotógrafa, o uso de celular
durante a produção das fotografias foi uma questão de praticidade, por ser mais
leve que uma câmera profissional e chamar menos atenção. "O celular termina sendo algo mais acessível e está ali
na nossa bolsa. Sou fotógrafa profissional, mas não tenho como me locomover com
minha câmera o tempo todo. O celular termina sendo um recuso muito poderoso
nesse sentido de você estar ali, registrar e, imediatamente, publicar",
explica.
Além da praticidade, o celular causa
menos interferência no momento de capturar imagens e permite registrar cenas espontâneas das pessoas nas ruas. "Como
eu gosto de fotografar cenas do cotidiano, dou prioridade a questão do
espontâneo. Então, o celular é perfeito, às vezes você está fotografando as
pessoas e elas nem percebem. Se eu estivesse com uma câmera não
teria feito algumas fotos que estão na exposição", afirma.
A pedagoga e fotógrafa Lizandra Martins Foto: Chico Egídio |
Texto: Maria Eduarda Abreu